Portugal tem, ao longo da sua História, revelado capacidades inesperadas de vencer obstáculos aparentemente inultrapassáveis. Somos capazes de fazer o impossível, se a missão é grandiosa. O nosso problema não está aí. Para Portugal e para os portugueses, o desafio está na continuidade, no quotidiano, no aperfeiçoamento. Na banalidade dos pequenos pormenores. Na constância de uma determinação de ferro.
O Movimento Esperança Portugal (MEP), particularmente em tempo de crise, ambiciona para o nosso País um objectivo mobilizador, capaz de nos projectar para o futuro.
Propomos, assim, como objectivo para o Portugal do século XXI uma missão ao mesmo tempo simples e ambiciosa: Ser Melhor. Em tudo, sempre e independentemente das circunstâncias. Numa permanente competição connosco próprios, melhorando sustentadamente processos e resultados. É simples: Ser Melhor deveria ser a obsessão nacional.
Note-se que este objectivo é universal. Ao contrário do discurso da “excelência” que por natureza é elitista – nem todos podemos ser excelentes – e desresponsabiliza a maioria, a ambição de “Ser Melhor” não deixa ninguém de fora. Responsabiliza-nos a todos. Dirige-se a cada um de nós, enquanto profissional e enquanto cidadão. Mas também constitui um desafio às nossas instituições, públicas e privadas. Exige empresas melhores. Desafia para um Estado melhor.
Sem hesitações, Portugal precisa querer ser melhor, todos os dias.
Nesta aspiração a Ser Melhor, são fundamentais as culturas de planeamento, de execução e de avaliação. Necessitamos de cuidar do planeamento com empenho, deixando ao improviso só os verdadeiros imponderáveis. Precisamos de investir numa execução rigorosa e cuidada, eficaz e eficiente. Por exemplo, temos que fazer melhor, com menos dinheiro, pois as finanças públicas não suportam o aumento da despesa e também não é desejável, nem viável, o aumento da carga fiscal. Finalmente, ambicionamos uma avaliação permanente, capaz de se constituir como oportunidade de reconhecimento e de aprendizagem, de melhoria contínua e progressiva.
Mas também as atitudes contam. Sabemos que ninguém vence batalha alguma num quadro de desânimo ou desistência. Precisamos de cultivar atitudes que reflictam motivação, ambição e persistência. Necessitamos de motivar todos para este combate e ter a ambição firme de o vencer. Perante as dificuldades e os revezes que sempre existirão temos que saber persistir. Tentar tantas vezes quantas as necessárias para vencer. Estar disponível para correr maratonas e não ficar só pelos fogachos de 100 metros. Só assim chegaremos a destino que valha a pena.
“Melhor é possível” é o lema que defendemos para Portugal. Assumimos que está verdadeiramente ao nosso alcance um País melhor, porque mais humano e mais justo. Mas não só. Por estes dias, é também evidente que “Melhor” não só é possível, como necessário e urgente. É agora ou já.
(Público, 15.7.2008)
15 julho 2008
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